Quinta-feira, 1 de Março de 2012
Verdades e mentiras mediáticas sobre a Síria
Posted: 29 Feb 2012 08:03 AM PST
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Em relação à Síria, os media expressam o que pensa o Pentágono através das suas agências noticiosas internacionais, e obviamente não refletem a verdade.
1 - O governo de Bashar Al-Assad mata milhares. MENTIRA
Os media relatam que o governo está a matar "milhares" de civis "inocentes". Essa informação é transmitida pelo chamado Observatório Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, é financiado pelos países do Golfo Pérsico, monarquias antidemocráticas, absolutistas e pró-EUA.
Estes dados não podem ser comprovados por fontes independentes. O governo fala em dois mil soldados e polícias mortos por grupos terroristas e mercenários.
2 - O Exército Síria Livre é formado por desertores. MENTIRA.
Os desertores no exército sírio é pontual. A organização de que se fala é composta por mercenários altamente remunerados e armados, com o dinheiro da Arábia Saudita e do Qatar. Esse "exército" está acampado na fronteira com a Turquia e é apoiado por Israel e os EUA.
3 - A Liga Árabe pede Democracia e Liberdade na Síria. MENTIRA.
A Liga Árabe é um organismo fundado em 1945, composto pelos 21 países árabes e a OLP, é financiada pelas monarquias do Golfo (sobretudo a Ar´bia Saudita e o Qatar) e serve junto da ONU para propor resoluções que os EUA e a UE não teriam a a coragem de o fazer.Está actualmente descredibilizada pelo Iraque, o Líbano, a Argélia e a Síria que já nem comparecem nas suas reuniões.
4 - A Rússia e a China vetaram as resoluções da ONU. VERDADE.
A Rússia e a China ficaram escaldadas com a resolução da ONU que previa apenas a "protecção" dos civis líbios, quando na realidade já foram assassinados mais de 200 mil líbios. A propósito de veto, em apenas dez anos, entre 1972 e 1982, os EUA vetaram 43 resoluções da ONU contra Israel.
5 - Israel, os EUA e seus aliados árabes são os maiores inimigos. VERDADE.
Os maiores entraves para o avanço da revolução no mundo árabe são as petromonarquias: Arábia Saudita, Kuwait, Emirados àrabes, Qatar, Omã e Bahrein. A essas somam-se monarquias reacionárias, não produtoras de petróleo, pró-EUA.como a Jordânia e Marrocos. O centro da resistência ao avanço revolucionário árabe vem de Riad, no reino dos sauditas. Estes reservaram em 2011 mais de cem mil milhões de dólares para a contra-revolução, e contratam mercenários a peso de ouro. Apoiados pelos EUA e discretamente por Israel através da Mossad.
6 - Se a Síria cair, isso terá reflexos em todo o Médio Oriente. VERDADE.
Existe hoje em dia um eixo de resistência ao imperialismo estadunidense composto pela Síria, o Iraque, o Líbano, a Argélia e o Irão. A própria luta de resistência palestiniana contra a ocupação sairia muito enfraquecida com a queda do governo sírio e a instalação nesse país de um governo pró-EUA.
7 - A Irmandade Muçulmana encabeça a oposição na Síria. VERDADE.
Essa organização tem os seus tentáculos em mais de 70 países. Funciona como partido político, tendo uma ideologia de carácter teológico de linha islâmica fundamentalista. Na maioria dos países árabes é a única forma de expressão. Prega o fundamentalismo islâmico mais próximo do Wahabiya, linha da família Al-Saud sunita. Sempre fez acordos com o imperialismo britânico e mais recentemente com o americano. São os membros dessa Irmandade que organizam, na Síria, ataques terroristas a prédios públicos, oleodutos, gasodutos, escolas e hospitais.
8 - A oposição síria não tem unidade e tem força apenas no exterior. VERDADE.
A oposição externa tem os seus escritórios em Londres, Paris e Istanbul. Não tem qualquer credibilidade e é financiada pelas monarquias de Golfo e os EUA. Defende uma intervenção da NATO para atacar a Síria. Como acreditar em "lideranças" que pedem que potências estrangeiras bombardaiem o seu próprio país, ainda que a pretexto de "proteger civis inocentes"?
A oposição interna está dividida em duas partes, uma que defende a construção de um governo de unidade nacional sem ingerência externa, e outra que não dialoga com o governo e prega a intervenção externa e tem como agenda a da CIA, dos EUA, de Israel, da Casa de Saud e do Mossad.
9 - Bashar Al-Assad é um sanguinário e genocida. MENTIRA.
É evidente que os processos eleitorais não seguem os mesmos padrões que os do mundo ocidental, mas os mesmos monarcas que falam em "democracia" na Síria, são os que mais reprimem os seus próprios povos, como são o caso a Arábia Saudita, o Qatar e o Bahrein. A Síria, nesse contexto, é um país mais livre em termos de partidos políticos, tem 13 partidos com direito a concorrer nas próximas eleições, e tem 147 órgãos de imprensa. Não sendo uma democracia avançada, tem um aprlamento eleito de quatro em quatro anos, constituído por oito partidos.
10 - A Síria é o único país árabe a apoiar com firmeza a causa palestiniana. VERDADE.
Após a queda de Saddam Hussein e de Muammar Khadaffi que resistiam ao imperialismo estadunidense e a Israel, apenas resta a Síria. O derrube de Bashar Al-Assad significa o enfraquecimento libanês e palestiniano e o isolamento do Irão.
11 - A NATO e Al-Qaeda estão aliados. VERDADE.
Líderes da Al-Qaeda actuam na Síria abastecida com dólares dos petróleo árabe das monarquias do Golfo e dinheiro da CIA e do Mossad, via território curdo.
12 - A Turquia virou as costas aos árabes. VERDADE.
Boa parte da população turca já admite uma certa islamização da sociedade, mas o grande sonho é integrar-se à Europa e para isso tem de virar as costas ao mundo islâmico. Apoiou os ataques da NATO à Líbia e apoia abertamente o derrube do governo Sírio. Dá abrigo ao exército mercenário estacionado nas suas fronteiras com a Síria.
13 - O relatório sobre a situação da Síria só vale quando fala mal do governo. VERDADE.
Os relatórios produzido por representantes da ONU são facciosos, tendenciosos e parciais. No primeiro relatório, não foram ouvidos os representantes do governo sírio, apenas opositores no exílio o relator nem sequer se deslocou à Síria. No segundo, integrado por 160 pessoas, ao não atestar o número exorbitante de mortos que a imprensa ocidental divulgava, foi rejeitado pela NATO.
14 - Os EUA vivem uma indignação selectiva. VERDADE.
Os EUA colocam-se contra o Irão e o seu programa nuclear pacífico, mas nada falam sobre as duzentas ogivas nucleares que Israel possui. Falam do "ditador" Bashar Al-Assad, mas nada dizem das monarquias absolutistas, obscurantistas, fascistas e feudais do Golfo, por estes serem seus aliados, amigos e pró-Israel.
15 - Os terroristas agem abertamente na Síria. VERDADE.
Os atentados contra edifícios públicos, oleodutos, gasodutos, escolas e hospitais, são feitos por mercenários contratados e pagos a peso de ouro pelo obscuro Exército da Síria Livre. O objectivo desses ataques é quebrar a infraestrutura do país e jogar a opinião pública contra o governo. Esses grupos mercenários são apioados pela NATO que os treina a partir de acampamentos na fronteira da Turquia. Estão envolvidos nessa operação a CIA, o MI6 e o Mossad.
Autor: Lejeune Mirhan:
http://grabois.org.br/portal/noticia.php?id_sessao=8&id_noticia=8100
Pode ler o artigo completo no Blogue do meu amigo Burgos em:
http://burgos4patas.blogspot.com/2012/02/siria-verdades-e-mentiras-e-midia-do.html
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Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012
22 Fevereiro 2012
Com um percurso profissional repartido entre o cinema [participou, entre outros, nos filmes "Amor de Perdição" (1943), de António Lopes Ribeiro; "Camões" (1946), de José Leitão de Barros; "O Trigo e o Joio" (1965), de Manuel Guimarães], o teatro (contracenou em várias peças com Eunice Muñoz e Ruy de Carvalho) e a rádio, foi efectivamente na rádio que Francisco Igrejas Caeiro mais se notabilizou, apesar da perseguição de que foi vítima pelo regime salazarista, mesmo depois de ter sido expulso da Emissora Nacional (1948), só porque o seu nome constava nas listas do M.U.D. (Movimento de Unidade Democrática).
O folhetim humorístico "Zéquinha e Lelé" (de 1947 a 1948, com Vasco Santana e Irene Velez, sua mulher, na Emissora Nacional), o programa itinerante de variedades "Companheiros da Alegria" (de 1951 a 1954, para o Rádio Clube Português), e, sobretudo, a impressionante série de entrevistas "Perfil de um Artista" (de 1954 a 1960, para o Rádio Clube Português), que contemplou 258 personalidades das artes e das letras portuguesas e estrangeiras (num total de 300 edições), garantem-lhe um lugar de destaque nos anais da rádio portuguesa. Pode mesmo dizer-se, em exagero, que o principal legado de Igrejas Caeiro para a posteridade é o conjunto de registos de "Perfil de um Artista", acervo de inestimável valor histórico e documental.
É muito provável até que para algumas figuras da cultura portuguesa do século XX o único registo de voz que exista é o desses fonogramas. Aquilino Ribeiro, José Rodrigues Miguéis, António Sérgio, Jaime Cortesão, Alfredo Guisado, Fernanda de Castro, Alves Redol, Manuel da Fonseca, Manuel Mendes, Natália Correia, Júlio Pomar, José Leitão de Barros, João Villaret, Vasco Santana, António Silva, Eugénio Salvador, Maria Lalande, Pedro de Freitas Branco e Fernando Lopes-Graça são alguns dos nomes que integram a extensa galeria de "Perfil de um Artista". Os registos (desconheço se todos – é bem possível que alguns tenham sido entretanto destruídos) estão soterrados e esquecidos sob o pó, no arquivo histórico da RDP. Ora o melhor tributo que a rádio pública pode prestar à memória de Igrejas Caeiro (e, bem assim, à dos seus eméritos entrevistados) é a transmissão de todas essas entrevistas, as quais muitas pessoas, salvo algumas de mais veterana idade, nunca ouviram.
Isto, se exceptuarmos as três ou quatro que Luís Caetano – honra lhe seja feita – resgatou às teias de aranha para presentear ao auditório d' "A Força das Coisas". Fica formalizada a proposta, na esperança de que não seja arrogantemente ignorada, como tem sido timbre da actual direcção de programas da RDP, deixando transparecer a ideia de que a satisfação umbilical do sr. Rui Pêgo é muito mais importante que a prestação de serviço público.
Pelo inegável valor documental que também tem, e por amável deferência da Sr.ª Luísa Barragon, aqui se deixa o registo de uma entrevista que o próprio Igrejas Caeiro concedeu a Carlos Pinto Coelho, em 1998, para o programa de rádio "Agora... Acontece!".
"Agora... Acontece!" N.º 007, de 16-Nov-1998 (entrevista com Igrejas Caeiro – a partir do minuto 20) >> MP3
Sexta-feira, 20 de Janeiro de 2012
Num livro publicado há mais de 30 anos em Portugal, O Pós-socialismo, o humanista e professor francês Alain Touraine, que começava o seu trabalho com a frase «O socialismo está morto», interrogava-se sobre os motivos que levavam a esquerda que, sempre usou o conceito do devir histórico, da mutabilidade das ideias, a supor que o modelo político da esquerda escaparia a essa mutação permanente?
E preconizava que a democracia seria conquistada mais por movimentos sociais do que pelos partidos políticos. Três décadas depois um inquérito realizado em 2011 sobre a qualidade da democracia em Portugal conclui que «os movimentos sociais de protesto estão à frente dos partidos». A falta de confiança nos políticos é o factor principal na desconfiança dos cidadãos relativamente às máquinas partidárias.
Os partidos de esquerda criticam as contradições e as disfunções do sistema e chegam ao ponto de concluir que este modelo de democracia está esgotado; porém, dar-se-ão conta de que funcionam dentro do sistema e que dele fazem parte integrante?
Os resultados deste inquérito à qualidade da democracia em Portugal, com apenas 56% dos inquiridos a confiar na via da democracia representativa, valendo o que valem os inquéritos e sondagens, merecem uma reflexão. A descredibilização dos políticos, por via da corrupção, do tráfico de influências, das promessas eleitorais esquecidas durante os mandatos, levam um dos autores do estudo, Luís de Sousa, a concluir que "os três problemas da democracia em Portugal mostram como há uma degradação do ponto de vista ético das lideranças que se torna mais acentuada com as medidas de austeridade".
O outro autor, António Costa Pinto, sustenta que "os recentes casos de nomeações em período de crise consagram ainda mais a fraca opinião de que os políticos têm capacidade política de responder».
Este executivo constitui uma amostragem eloquente da degradação do sistema pelo qual somos governados. Os membros do Governo vão dando o espectáculo da sua obsessão por demonstrar obediência relativamente aos poderes externos. O primeiro-ministro é uma montra clara e transparente do vácuo de ideias que vai por aquelas cabeças. Mas o partido, o que devia de ser a reserva ética do PSD, não ajuda. Antes pelo contrário.
Elementos do seu partido, como um Catroga medíocre comparando-se a Cristiano Ronaldo e Manuela Ferreira Leite defendendo a condenação à morte dos que sofrendo de insuficiência renal, tenham (como ela) mais de 70 anos, para não falar nos dislates de Alberto João Jardim, etc.etc.etc – dão-nos um quadro esclarecedor de como um partido de gente como esta pode ser eleito. Não esquecendo que Hitler chegou ao poder através do voto popular na primeira metade do século passado e muitos dos que nele votaram foram para aos campos de extermínio. Funcionários do Estado, pensionistas, insuficientes renais, que votaram no PSD, deveriam estar arrependidos. É um sistema doente este em que gente sem escrúpulos assume o poder e as vítimas elegem os seus verdugos.
Só um sistema doente pode levar as pessoas a votar como o eleitorado português votou nas últimas legislativas